Quem somos
A CPCY é uma Pessoa Coletiva Religiosa oficialmente reconhecida pelo Ministério da Justiça como a representante institucional do Candomblé e dos Cultos de Matriz Yorùbá em Portugal.
Na condição de instituição religiosa sem fins lucrativos, a CPCY dedica-se à defesa, preservação e promoção das ricas tradições e práticas espirituais ligadas ao culto aos Orixás e Voduns, honrando e celebrando este legado ancestral.
missão e origem
Fundada com o propósito de promover o reconhecimento e a dignidade dos cultos aos Orixás e Voduns em Portugal, a CPCY alcançou o seu reconhecimento oficial em janeiro de 2010, após um longo e dedicado processo junto do Estado Português.
Desde a sua origem, a Comunidade tem como missão integrar estas tradições religiosas na sociedade portuguesa, garantindo-lhes o mesmo respeito e igualdade de tratamento concedidos às demais expressões religiosas.
o templo
Localizado em Benavente, na sede da CPCY, o Ilé Àṣẹ Ìyá Odò Irandiran Ìyá Násò Ọká é o templo central da nossa comunidade religiosa. Esta Casa de Candomblé Tradicional de Matriz Bahiana traz consigo a rica herança religiosa da histórica Casa Branca do Engenho Velho, sendo um elo vivo com as raízes do Candomblé.
Sob a liderança da sua fundadora, Ìyá Sussu de Ọ̀ṣun, o terreiro é um espaço de fé, preservação cultural e celebração dos Òrìṣà, mantendo viva a tradição e os valores ancestrais que inspiram a nossa missão.
os nossos
valores
O Candomblé está no mundo e entende que o mundo vive dentro dele. Contudo, nunca deixa de manter os pés fincados na Tradição, como raízes que se aprofundam no solo fértil do legado dos antigos. É na preservação da prática ritual e na fidelidade à essência ortopráxica tradicional que o Candomblé floresce, cultivando a sabedoria ancestral enquanto dialoga com os desafios e possibilidades do presente.
memória
Apesar das suas origens africanas e afro-brasileiras, o Candomblé é uma religião que acolhe todas as pessoas sem distinção de “raça”, orientação sexual, condição económica, social, educacional ou outra.
universalidade
Participar do Candomblé é aceitar uma realidade religiosa e cultural onde o coletivo é mais importante do que o individual. No Candomblé somos porque pertencemos, o “eu” existe porque existe o “nós”, e não o contrário.
comunidade
O respeito é um valor essencial em qualquer grupo ou estrutura social, pois reflete o reconhecimento da dignidade humana em todas as suas expressões. No Candomblé, este princípio ganha uma dimensão ainda mais profunda: enquanto é devido a todos sem distinção, assume um dever duplo dentro da lógica hierárquica da religião, onde as relações são pautadas pela honra aos mais velhos, aos líderes espirituais e à tradição, sem jamais perder de vista o cuidado e a igualdade entre os membros da comunidade.
respeito
O que encontra:
- Espiritualidade e Tradição: Um templo central profundamente enraizado na história, que honra os Orixás e Voduns através de práticas rituais autênticas e fiéis às suas origens.
- Acolhimento e Inclusão: Um espaço onde todas as pessoas são bem-vindas, independentemente de “raça”, orientação sexual, condição social ou qualquer outra diferença.
- Educação e Cultura: Oportunidades para aprender sobre o legado ancestral do Candomblé, as suas práticas, histórias e valores.
- Comunidade e Apoio: Um lugar de pertença e partilha, onde o respeito e a solidariedade são os pilares que sustentam as relações.
Na CPCY, o passado e o presente encontram-se em perfeita harmonia, celebrando a diversidade e a espiritualidade que tornam o Candomblé único.
Na CPCY, encontrará muito mais do que um espaço religioso: descobrirá uma comunidade comprometida com a preservação, celebração e partilha das tradições do Candomblé.
O Candomblé é mais do que uma religião; é uma ponte viva que liga o presente às raízes ancestrais africanas. É um resgate da memória, da espiritualidade e da cultura dos povos que moldaram a sua essência, oferecendo uma jornada de autoconhecimento e conexão profunda com os Orixás e Voduns.
Cada ritual, cântico e gesto no Candomblé celebra essa herança ancestral, preservando o legado dos antigos enquanto guia os praticantes numa caminhada espiritual rica em sabedoria, força e significado.
A vivência religiosa no Candomblé é uma experiência singular e profundamente enraizada em rituais e etapas que conectam os praticantes à comunidade e ao seu próprio interior. É um despertar do “eu” primordial e o estabelecimento de uma ligação essencial com o Orixá que os rege. A participação ativa na vida da sociedade religiosa, o terreiro, está intimamente associada à etapa iniciática, que marca o ingresso efetivo na comunidade religiosa.
Esta vivência é enriquecedora e abrangente, envolvendo não apenas a presença nos rituais e celebrações, mas também um envolvimento profundo na vida comunitária do terreiro. É através dessa participação ativa e engajada que os praticantes desenvolvem uma ligação mais íntima com a sua espiritualidade, alcançam uma compreensão mais profunda de si mesmos e criam laços de comunhão com os Orixás.
A Vivência do
Candomblé
O Candomblé, enquanto religião iniciática, valoriza a vivência religiosa como uma jornada de relação com o divino e de autodescoberta. No terreiro, as tarefas são partilhadas por todos, sublinhando a responsabilidade coletiva e a importância da colaboração mútua. Ao integrar-se plenamente na vida da comunidade religiosa, cada praticante fortalece a sua ligação espiritual e encontra um espaço de acolhimento, união e partilha, onde a presença dos Orixás é venerada e celebrada com devoção.
PAI AIR JOSÉ
Bàbálóòrìsà do Pilão de Prata
.
ìyá nitinha
Ìyákékéré da Casa Branca e
Ìyálóòrìsà do Ilé Ìyá Násò Oká-RJ
.
.
Tia Massi
5ª Ìyálóòrìsà da Casa Branca
ÌYÁ CAETANA
Ìyálóòrìsà do Ilé Lajuomi
.
TIO BÁMGBÓSÉ OBITIKÒ
Eminente Bàbálóòrìsà e Bàbáláàwó,
responsável pela organização do Candomblé
da Casa Branca e de vários rituais centrais
do Candomblé
.
.
ÌYÁ SUSSU
Ìyálóòrìsà do Ilé Àse Ìyá Odò e
Presidente da CPCY
.
.
.
.
TIA Sussu Figueiredo
4ª Ìyálóòrìsà da Casa Branca
.
Somos uma Instituição e Casa de Candomblé com uma linhagem que remonta às origens do Candomblé. A nossa história começa no final do século XVIII e início do século XIX, com Ìyá Adetá e Ìyá Akalá, envolvidas na fundação do histórico “Candomblé da Barroquinha”.
Com a chegada de Ìyá Násò Ọká, ou Francisca da Silva, à Bahia no início do século XX, a comunidade encontrou um novo lar em Engenho Velho da Federação, dando origem à célebre Casa Branca do Engenho Velho – Ilé Àṣẹ Ìyá Násò Ọká. Sacerdotisa do culto imperial de Ṣàngó (Xangô) em Ọ̀yọ́, Ìyá Násò Ọká fundou a Casa ao lado do seu marido, José Pedro Autran (possivelmente conhecido como Bàbá Ásíká), e com a colaboração de Rodolpho Martins de Andrade, conhecido como Tio Bámgbóṣé Obítikó, uma figura eminente da tradição.
A partir daí, iniciou-se uma linhagem rica e respeitada, que inclui nomes como Ìyá Marcelina Ọbatosí, Ìyá Júlia Ọmọnikè, Ìyá Ursulina “Sussu”, Tia Massi Iwinfunké e Ìyá Nitinha, a iniciadora da nossa própria sacerdotisa, Ìyá Sussu.
A linhagem familiar de Tio Bámgbóṣé permaneceu tanto em África quanto na Bahia, transmitindo o legado aos seus descendentes, até alcançar Bàbá Air José Bámgbóṣé, uma figura determinante no percurso religioso da nossa Sacerdotisa.
Hoje, esta herança espiritual e histórica vive em cada ritual e celebração da nossa comunidade, honrando os ensinamentos e a força daqueles que vieram antes de nós.
Os ritos iniciáticos são a base espiritual da CPCY, realizados com reverência e devoção aos Òrìṣà, as divindades veneradas no Candomblé. Este processo representa uma transformação profunda, onde o indivíduo é introduzido nos mistérios e tradições ancestrais, estabelecendo uma conexão essencial com o Òrìṣà que o rege.
A iniciação exige preparação, dedicação e respeito pelos preceitos e valores do Candomblé. Durante os rituais, práticas simbólicas purificam e fortalecem os iniciados, unindo a sua essência espiritual aos desígnios divinos. Entre essas práticas, destaca-se a remoção ritual dos cabelos, salvo para Ọ̀gá (Ogan) e Èkèjì (Equede), que simboliza renovação e entrega ao sagrado.
As curas rituais, inscrevem os iniciados numa ética e ancestralidade africana. Essas pequenas marcas, carregados de simbolismo, representam a ligação com o Òrìṣà, a aceitação da nova identidade espiritual e o compromisso com a tradição.
O tempo necessário para cada etapa é determinado pelos Òrìṣà, através do sistema divinatório, sendo respeitado o ritmo espiritual de cada praticante.
Na CPCY, todas as etapas seguem os princípios da tradicionalidade, garantindo a preservação fiel do legado do Candomblé. Contudo, adaptações podem ser feitas em casos específicos, como limitações físicas, desde que os fundamentos espirituais e rituais sejam mantidos.
A vivência destes ritos é um momento de profunda sacralidade, onde o respeito, a comunhão e a dedicação se unem para honrar os Òrìṣà e a tradição que os sustenta.
A Iniciação no
Candomblé
O jogo de búzios, conhecido como mẹ́rìndínlógún, é a consulta ao oráculo sagrado que traz as mensagens dos Òrìṣà para orientar a sua vida. Mais do que um simples ato de adivinhação, esta prática liga o mundo espiritual ao mundo material, permitindo que os desígnios divinos sejam revelados e compreendidos.
Esta comunicação sagrada é (deveria ser) realizada exclusivamente por sacerdotes devidamente iniciados, preparados para interpretar com precisão e reverência a fala dos Òrìṣà. Cada consulta é um momento único de orientação e espiritualidade, onde o oráculo sagrado esclarece dúvidas, indica caminhos e fortalece a relação com o divino.
As consultas são realizadas mediante marcação prévia, através dos contactos disponíveis. Este cuidado assegura que cada sessão seja conduzida com a dedicação e respeito que a tradição exige, preservando o caráter sacral e ancestral desta prática.
A Consulta de
búzios
927019513
correio@cpcy.pt